quarta-feira, maio 04, 2005

O traçadinho

Quando se fala de traçadinho muitos preconceitos e conceitos são levantados, mas nenhum é discutido. Eu defendo as tacinhas, as garrafas ou mesmo funis de traçadinho de uma maneira muito parva, mas ao mesmo tempo muito preocupada e sentida. O Traçadinho faz parte da identidade cultural académica de Coimbra e proporciona como ninguém reflexões e introspecções sobre a condição humana. Esta afirmação categórica pode parecer estranha, hiperbolizada e mesmo descabida, mas não é! Se houve algo que me fez lacrimejar a alma, nos meus quatro meses em Londres, foi a inexistência do Traçadinho e da circunstância que este envolve, o ambiente familiar, os amigos, os colegas, os companheiros, as conversas, os risos, as reflexões, os desabafos, os apoios, a aprendizagem,… enfim noites da alegria e mais valia. Isto não se encontra noutro lugar senão nos revendedores autorizados de traçadinho. Seja em Londres, em Amesterdão, em Paris ou em Bruxelas, existe em cada uma destas cidades dezenas de estabelecimentos portugueses, mas nem um importa o nosso “traçadinho e a sua circunstância”. Eu não rogo que não haja traçadinho em mais nenhum lugar desta nossa Terra, mas apregoo que o espírito e a presença do Traçadinho Académico Coimbrã não existe noutro confim deste Planeta, outrora, Azul. É um traço claro de identidade cultural e um orgulho para a nossa condição humana de estudante, num mundo cada vez mais estandardizado, sem espaço nem vontade para diferenças de comportamento, em que a assimilação dos conhecimentos é polarizado nos locais de ensino, deixando aprendizagem cultural, humana e critica fora dos currículos, em tempos vitae. Reduzem-nos a máximas (mínima para alguns, L e M) como: Estudar é viver a sabedoria dos outros.
Se gostaram desta dissertação, aconselho-vos a pegar na nova revista do núcleo de sociologia da FEUC, pois lá haverá mais e melhor disto.
Um grande bem haja